Anteprojeto do porto marítimo da Ericeira
ÁGUAS ABRIGADAS
Conceção Formal/Funcional
(proposta para discussão no Ministério do Mar)
Maio de 2016
José António da Silva Lourenço
Apoio:
NOTA PRÉVIA
O presente anteprojeto decorre da necessidade imperiosa de procurar solução para a
grave situação da Ericeira no que diz respeito às atividades marítimas, e visa constituir-
se como uma proposta base para a discussão sobre uma conceção formal/funcional
para o Porto da Ericeira, na perspetiva da construção de uma solução mais adequada
e, em princípio, menos onerosa que as atuais propostas existentes.
Importa destacar que este anteprojeto, corresponde a apenas um estudo prévio para
um desenho alternativo do Porto da Ericeira (construção de um “braço” no molhe
existente e construção de um segundo molhe complementar), baseado no Estudo “de
levantamento topográfico com as batimétricas” e no conhecimento experienciado do
que é a dinâmica do mar nesta zona da costa, e prevê apenas uma intervenção de
caracter funcional que visa devolver ao Porto da Ericeira as características e condições
necessárias para que possa cumprir em segurança as funções de Porto.
A fundamentação da proposta de conceção formal/funcional, encontra-se enunciada,
de forma sumária, na memória descritiva do presente documento.
A finalizar este ponto prévio, importa clarificar que o anteprojeto é, tal como a
designação o indica, apenas um estudo de desenho, sendo necessário que o mesmo
seja complementado com estudos de hidráulica/engenharia (entre outros que se
entendam necessários), por forma a poderem ser estimados os custos que uma
intervenção desta natureza poderão implicar. Neste sentido, parece-nos que a
proposta agora apresentada, deverá ser entendida como uma peça a integrar no
Caderno de Encargos a elaborar para o lançamento de um concurso público para o
projeto final para o Porto da Ericeira, e/ou para a negociação junto das equipas
dos projetos já existentes.
MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA
As limitações da situação atual
• A atual configuração do porto não protege das vagas provenientes do
quadrante entre norte e oeste, que é o tempo predominante na Ericeira.
figura 1
A figura 1 (imagem aérea do porto da Ericeira), mostra o que é a principal
dinâmica do mar nesta zona, e a figura 2 mostra, em termos gráficos, o modo
como as vagas evoluem e entram no Porto, contornando a cabeça do molhe,
após o embate no molhe existente.
• A inexistência de um segundo molhe, torna evidente que a atual configuração
do Porto também não protege do tempo sul.
figura 2
As limitações das propostas dos projetos apresentados
• As 6 alterativas de propostas de projetos apresentados não
corrigem na totalidade a atual limitação do molhe principal, não evitando
a entrada das vagas provenientes do quadrante norte e oeste, apos o embate
no molhe
• Por outro lado, as propostas para o segundo molhe, continuam a não corrigir
na totalidade a necessidade de proteção do tempo proveniente de sul, porque
mantém uma abertura direta ao quadrante sul-oeste.
Propostas para o novo desenho e sua fundamentação
• Construção de um pequeno braço no molhe principal, formando um angulo de
75º face ao molhe existente (figura 3).
figura 3
Esta solução permite
- Consolidar o molhe existente e proteger a cabeça do molhe, porque
reforça do embate das vagas do quadrante de norte-oeste, que é, como
já foi referido, o tempo predominante
- Elimina a entrada das vagas que resultam do embate que atualmente
entram no porto por contornarem a cabeça do molhe
- Reduz substancialmente a entrada de vagas provenientes de sul
- Por outro lado, a vantagem da construção deste segundo braço num
angulo de 75º face ao molhe principal, visa evitar a exposição deste
novo molhe ás intempéries mais fortes e predominantes de norte a
oeste, evitando um desgaste mais acelerado a que este tipo de
infraestruturas está sujeito.
- O angulo de 75º para este braço, permite ainda dar ao molhe principal a
configuração da proa de uma embarcação, o que lhe confere
características hidrodinâmicas que permitem reduzir o impacto e atrito
das vagas (tal como numa embarcação)
• E criação de um novo molhe, de construção mais “ligeira” face ao molhe
principal, conforme ilustra a figura 3.
Esta construção pode ser mais “ligeira”, dada a baixa profundidade e as
características rochosas do fundo do mar naquela zona Figura 4.
figura 4
Por outro lado, a existência (consolidação) do molhe principal, por si só, já
funciona como proteção do tempo predominante, não sendo como tal
necessária uma construção tão pesada.
• A construção deste segundo molhe, visa proteger das vagas de sul (tal como
nas propostas alternativas já visava). Contudo, nesta proposta de desenho, a
complementaridade com o braço a construir no molhe principal impedem de
forma eficaz a entrada de vagas do quadrante sul-oeste.
MAQUETE PARA PORTO MARÍTIMO DA ERICEIRA:
ÁGUAS ABRIGADAS
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